domingo, 10 de janeiro de 2010

Imparcialidade?

Fico impressionada quando as pessoas, sobretudo os educadores, me dizem que são imparciais no que se refere a determinados assuntos.

Me diga então, o que vem a ser a imparcialidade?

Segundo o dicionário a imparcialidade é interpretada como a qualidade daquele ou daquilo que é imparcial; justo, que não tem partido, que não favorece um em detrimento do outro.

Muitas pessoas acreditam que quando se calam, para se valer de sua imparcialidade, estão sendo justas(...).

Justas?

Mas, com quem?
Com aquele que está sendo oprimido ou julgado pelos seus erros? Com aquele que julga?
O que é a justiça dos homens? Será que a denominada "justiça da imparcialidade" não é mais uma forma "desumana" de fazer e querer a justiça?

Por causa desses questionamentos é que eu não creio no silêncio da imparcialidade e digo mais, é por causa do silêncio dos imparciais que a voz daqueles que tomam partido não ecoam...

A imparcialidade é a sutil maneira de "viver em cima do muro" e "viver em cima do muro" é uma forma falsa de se defender para não defender mais ninguém.

Para melhor elucidar, imparcialidade é diferente de incompreensão, de ignorância.
Se eu não entendo o assunto em questão, eu não estou sendo "imparcial" e sim "pouco informada", portanto posso decidir não me arriscar a me posicionar.

Mas, se eu compreendo o assunto debatido e me recuso a me posicionar, eu estou sendo negligente e hipócrita!

Tudo bem que, mesmo cientes do que está em debate ou do que gerou algum conflito, nem sempre devemos expressar instantaneamente o que pensamos(...); devemos esperar o momento mais apropriado. Todavia, esperar o momento mais apropriado é diferente de ser imparcial; é ser coerente e cauteloso.

Tenho experiencidado cotidianamente que é praticamente impossível viver nesse mundo tão caótico e desigual sem nos posicionar!

Quem vive da imparcialidade que me desculpe, mas passou da hora dessa pessoa acordar e passar a se posicionar diante dos fatos e das pessoas, pois a imparcialidade é simplesmente a arma mais ilusória da covardia!


Em suma, ninguém tem que acreditar no que você pensa e você, também, não tem que "pregar" aquilo que você crê e muito menos objetivar que os outros aceitam sua forma de ser ou de pensar. Mas, você tem o direito de expor o que pensa - desde que isso não discrimine o outro - e tem o direito-dever de exigir que os outros respeitem como você se posiciona. Tânia B. Teodoro

Nenhum comentário:

Pesquise aqui...


“Como professor, não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância, se não supero permanentemente a minha”. Paulo Freire
Powered By Blogger

ARQUIVO DO BLOG