domingo, 27 de junho de 2010

TRANSFOBIA NÃO!


O número de mortes violentas entre as travestis e transexuais está aumentando nas estatísticas de todas as pesquisas realizadas sobre violência e discriminação sofrida entre a população LGBT  no Brasil desde o final de 2009 (Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro -Astra).


Um dos casos recentes e de repercussão na imprensa foi o da travesti Taila. Ela foi assassinada e teve o corpo carbonizado pelo universitário e lutador Leonardo Loeser, no bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. O caso ganhou a capa de um veiculo carioca com a chamada de capa “Lutador faz churrasco de traveco”.


A gente fica sabendo que uma travesti foi morta em um lugar, outra em outro lugar, mas não dá para computar. "Denunciar a transfobia é necessário”, diz Majorie (Presidente da Astra). 



Ela reforça que falar de homofobia é importante por questões políticas, “mas quando falamos de preconceito contra o homossexual, as pessoas pensam em coisas como um casal de lésbicas proibido de se beijar em uma pizzaria. Mas travestis e transexuais estão sendo assassinadas brutalmente”.

Moradora da Vila do João, no conjunto de favelas da Maré, a travesti Sabrina Homs, de 35 anos, diz que já foi vitima de violência na própria comunidade. “Eu estava saindo de casa, indo para uma boate quando começaram a fazer chacota de mim. Fui tirar satisfação e aí começou a confusão. Entre várias pancadas que levei acertaram uma paulada em minha cabeça. Fiquei surda do ouvido esquerdo e tudo ficou por isso mesmo”, conta. Para Sabrina, as travestis sofrem violência maior do que os gays e as lésbicas porque se expõem mais

“A sociedade tem que entender que os direitos adquiridos pela mulher, o negro e os homossexuais não são um privilégio, mas sim a conquista de um direito do ser humano”, explica Majorie, que atribui esse excesso de violência contra as travestis e transsexuais como conseqüência de um processo histórico. Ela compara a violência contra as travestis ao caso do índio que foi queimado em Brasília por jovens de classe média alta, que justificaram o ato dizendo que pensavam ser um mendigo.


“Algumas pessoas da sociedade não nos veem como seres humanos dignos de respeito e por isso acreditam que toda violência que exercem sobre nós é justificável, não só com as travestis, mas com o índio, o negro ou a empregada doméstica”, exemplifica Majorie. 

Majorie afima ainda que o expressivo número de casos de violência contra as travestis são o penúltimo estágio do grande fluxo de violência a que estão sujeitas. “A violência se inicia na infância com a exclusão escolar e a fragilização do vínculo familiar devido a sua identidade de gênero. Por fim, na fase adulta, esses indivíduos não têm preparo técnico e educacional e encontram dificuldades no acesso ao mercado formal e acabam vendo na prostituição sua única forma de sustento”, conta.                   


Pesquisas revelam a violência pelo Brasil 


Pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) em 24 estados e no Distrito Federal,registrou 198 assassinatos contra gays, travestis e lésbicas em 2009, nove a mais do que no ano anterior

A informação aqui divulgada pertence Rosilene Milioti -  
Observatório de Favelas- junho/2010 - Fonte: http://www.observatoriodefavelas.org.br/observatoriodefavelas/noticias/mostraNoticia.php?Section=5&id_content=838

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“Como professor, não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância, se não supero permanentemente a minha”. Paulo Freire
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