GOLPE DO FALSO-SEQÜESTRO
A administradora de empresas Elizabeth Lopes mal atendeu o celular e já começou a ouvir ameaças. Os interlocutores sabiam seu endereço, quantos filhos tem e onde trabalha, e disseram que se ela desligasse o telefone eles seqüestrariam um dos filhos.
Desesperada, ela passou mais de 30 minutos falando com eles no celular enquanto dirigia até uma delegacia. Ao chegar, avisou o atendente por meio de um bilhete e foi instruída a anotar o número do telefone que aparecia no visor, desligar e registrar um boletim de ocorrência.
Embora a Polícia e as operadoras de telefonia estejam sempre alertando para o perigo, os criminosos que aplicam golpes pelo telefone celular estão sempre inventado uma artimanha nova.
As estratégias são variadas. As mais comuns são as ligações nas quais os golpistas, se fazendo passar por representantes de grandes empresas ou da própria operadora, oferecem prêmios e dinheiro quem comprar cartões telefônicos e lhes fornecer os números.
Em outros casos, dizem estar em poder de alguém da família das vítimas e ameaçam fazer mal a elas, caso o interlocutor não deposite dinheiro em alguma conta bancária ou compre cartões telefônicos e passem os números de série.
A Delegacia de Defraudações e Falsificações alerta que a maior parte dessas ligações parte de complexos penitenciários, casas de custódia, presídios ou centrais telefônicas clandestinas que trabalham para algum preso.
GOLPE DO CARTÃO DE CELULAR
Com promessas de prêmios ou ameaças, as vítimas compram cartões pré-pagos e fornecem as senhas. É um caso de polícia, que só pode agir quando as vítimas denunciam. Ana Maria Maia não vai esquecer tão cedo do telefonema a cobrar do último dia 12 de maio. Do outro lado da linha, um suposto funcionário de uma operadora de telefonia, dizia que ela tinha sido sorteada e que para receber os prêmios deveria comprar dez cartões para celular pré-pago. A promessa foi que se fizesse isso em meia hora, ganharia dois telefones, um computador e uma televisão de 29 polegadas. ?Na lotérica nós conseguimos os cartões. Passei para eles a senha de cada cartão, que é enorme.? O prejuízo foi de R$ 150. Ela só desconfiou do golpe quando contou a história para uma amiga que também tinha sido vítima. Um homem, que não quer se identificar, por pouco não caiu no mesmo golpe. Ele gravou parte da conversa. No primeiro contato golpista se passa por funcionário da operadora. Em outro trecho da gravação, o homem explica o que precisa ser feito para receber os prêmios. Cadastrar na interpretação do golpista é passar para ele a série de cada cartão adquirido. A orientação das empresas de telefonia é sempre desconfiar esse tipo de ligação e jamais fornecer a senha do cartão do celular. Mesmo assim, muitas pessoas continuam caindo no golpe. Este número pode ser bem maior. É que a maioria das vítimas por medo e vergonha, não comunica o caso à polícia. GOLPES COM USO DE PHISHING E ENVIO DE MENSAGENS O FBI (Federal Bureau of Investigation) começou o ano de 2008 alertando usuários do mundo inteiro sobre o crescimento de golpes de phishing em celulares. As tentativas de fraude acontecem através de emails e SMS (Short Message Service ou Serviço de Mensagens Curtas). Os criminosos enviam mensagens alertando o usuário sobre problemas em sua conta bancária e indicam um número de telefone para a vítima entrar em contato e solucionar o problema. Ao ligar, a pessoa ouve uma gravação e, em seguida, é induzida a digitar números de senhas e cartões para realizar o atendimento. Sem perceber o golpe, a vítima acaba fornecendo os dados. O phishing de celular é muito semelhante ao phishing comum, a diferença é que a ?isca? é recebida no aparelho celular e os dados são roubados através das ligações telefônicas.. A tecnolgia VoIP, que possibilita a comunicação de voz através da internet, colaborou para o barateamento do serviço de telefonia e tornou esse tipo de golpe mais acessível e seguro para o bandido, pois é mais fácil esconder a identidade do proprietário de uma linha VoIP do que de uma linha convencional. Além disso, a própria mudança de hábitos das pessoas diante das possibilidades de comunicação também contribuiu para levar os criminosos virtuais para os telefones celulares, como aconteceu com todos os periféricos integrados ao aparelho e com os milhões de mensagens de texto, emails e SMS, que trafegam entre os celulares diariamente. |
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